segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Aulas de software livre auxiliam a inclusão digital

Abaixo, segue a minha matéria publicada no dia 28 de setembro no portal do Ibase, onde faço estágio. Adorei ter feito essa matéria, tive um carisma especial por ela. Na matéria original (sem edição) eu faço uma crítica a Microsoft, empresa que domina o mercado mundial de softwares. Foi como um desabafo por anos sendo dominado por esse monopólio. Eu já uso no meu PC em casa os mesmos programas usados no meu trabalho, só não utilizo o Linux por causa da incompatibilidade com certos programas, infelizmente. Confira a matéria abaixo:

Carlos Daniel da Costa


A Microsoft, empresa líder global na produção de softwares e aplicativos, ainda domina o mercado mundial, mas passos importantes para concorrer com esse domínio já foram dados. Já existem softwares e aplicativos cujas licenças não são pagas. São os chamados softwares livres ou programas de código aberto. Com o intuito de fortalecer o uso desses programas, o Ibase inaugura, no mês de outubro, uma sala de informática para cursos de capacitação.

O local conta com 10 microcomputadores equipados com softwares livres. A princípio, as aulas serão voltadas para treinamento interno de funcionários(as). Os treinamentos abertos ao público serão direcionados para comunidades, amigos(as) do Ibase, parceiros etc.

Está sendo criado um manual básico sobre o OpenOffice, programa de código aberto alternativo ao pacote Office da Microsoft, que será utilizado durante as aulas. “Na verdade, existem vários manuais e vamos adaptá-los a nossa realidade. Vamos recriá-los com a cara do Ibase”, explica o membro da equipe de Tecnologia da Informação e um dos responsáveis pela organização da sala, Cássio Martorelli..

As pessoas interessadas em se inscrever devem enviar e-mail para softwarelivre@ibase.br. Critérios como conhecimento e habilidade com ferramentas da informática serão levados em conta na hora da montagem das turmas. “Para evitar turmas desniveladas, vamos estabelecer critérios para adequar os treinamentos”, completa Cássio.

Difusão livre

Segundo o coordenador de Indicadores e Gestão da Informação do Ibase, Leonardo Méllo, o projeto Democratizando a Informação Através dos Sistemas de Código Aberto tem por objetivo socializar a experiência com ferramentas de software livre. Assim, dá a oportunidade de outras instituições trabalharem com ferramentas tão boas quanto as pagas e perceberem que há alternativas gratuitas para aumentarem sua produtividade com segurança.

Projetos como esse são importantes para diminuir o preconceito contra programas abertos e gratuitos. “As ferramentas de software livre são mais seguras que as ferramentas da Microsoft”, afirma Leonardo. E Cássio reforça: “O Linux é o software de rede mais usado para distribuição. Já as máquinas locais usam mais o Windows. Então, o Linux é bom como um servidor, por conta de segurança. E os programas abertos, assim como os programas de servidor, não são bons para a sua máquina de uso pessoal? Na verdade, o que há é uma campanha maciça da Microsoft para vender seus programas e aplicativos. Na hora em que nós, do Ibase, investimos em software livre, damos o recado e o exemplo. Mostramos que software livre funciona!”, complementa.

Quem apóia o Ibase nessa jornada é a Fundação Ford, que ajudou e continua ajudando financeiramente na obtenção e manutenção dos equipamentos e ferramentas. Além da fundação, quem também apóia o Ibase é a Comunidade de Software Livre. Seus integrantes trabalham na criação e aperfeiçoamento desses programas. “Há todo o esforço de pessoas completamente desconhecidas e outras conhecidas que vêm investindo em software livre. E isso nos permitiu substituir as soluções pagas que tínhamos no instituto”, diz Leonardo.

Mesmo antes da inauguração, a procura pelas aulas já começou. “Acho isso muito bom. Até pouco tempo, não existia ninguém que falava de pacote de aplicativos para usar em casa. Os pacotes Microsoft são muito bons. O BrOffice.org também. E os dois têm tantas capacidades que eu diria, sem sombra de dúvida, que a maioria dos usuários não usa a metade dessas possibilidades. Se as pessoas não usam tão intensamente assim, por que temos que pagar? Por que, em vez de usar um pago, não usar o gratuito?”, indaga o coordenador.

Entre as ferramentas que serão ensinadas durante os cursos estão o Linux (programa operacional que substitui o Windows), o BrOffice.org (pacote de aplicativos que substitui o tradicional Microsoft Office) e outras ferramentas importantes para edição de imagens e funcionamento do computador.

Para inscrições, dúvidas e mais informações:
softwarelivre@ibase.br