segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Enterrada aposentada que morreu ao cair quando ônibus arrancou
http://rjtv.globo.com/Jornalismo/RJTV/0,,MUL885360-9099,00-ENTERRADA+APOSENTADA+QUE+MORREU+AO+CAIR+QUANDO+ONIBUS+ARRANCOU.html
Bem, selecionei essa matéria para comentar porque o hoje (quase) fui vítima de um motorista de ônibus ,vulgo assassino, quando retornava do trabalho. O ser que tem o cérebro na ponta dos dedos e as unhas na cabeça arrancou na hora que eu ia saltar.
Motivo: Quando parou o ônibus, percebi que abriu a porta traseira em frente a uma poça. Pedi, gentilmente, que o mesmo poderia parar um pouco mais a frente.
Bem, como não recebi nenhuma resposta, decidi saltar. Derepente, ele acelera, bem na hora. Quase desequilibrei e caí na poça.
Semana passada, o motorista da linha 355, Tiradentes x Madureira, avançou o sinal na avenida Rodrigues Alves. O apressadinho desviou de outro ônibus que fazia seu trajeto normalmente e quase provocou um acidente grave envolvendo os dois ônibus.
relato essas situações que não passam na televisão e nem são postadas em sites de notícias para chamar atenção a esses profissionais e a falta de treinamento que recebem das empresas. Muitos são mal educados e não tem o mínimo preparo psicológico para atender o público. Lamentável.
Abram o olho!!!
Santa Catarina não está sozinha..
“No atual momento, vemos pela TV e nos jornais o drama dos moradores de Santa Catarina atingidos pelo temporal do final do mês de novembro. Campanhas foram lançadas, arrecadação de dinheiro além de comida e roupas. Autoridades e/ou celebridades fazem campanhas para incentivar a população a ajudar a comunidade de Santa Catarina. Porém, acho isso hipocrisia. Por que o povo é quem tem que ajudar na reconstrução das cidades catarinenses? Não acho justo o povo ter que tirar do próprio bolso (mais uma vez) para promover tal reconstrução. Por que o governo federal e catarinense não promovem essa mega obra e ajuda a população sozinhos? Outra coisa que acho insjuto: Santa Catarina não foi o único estado afetado pela chuva dos últimos dias. Várias cidades do Rio de Janeiro e Espírito Santo estão em estado de emergência ou pior, em estado de calamidade pública. Pergunto:você viu alguma campanha na TV pela reconstrução dessas cidades? Nem eu. Ah, enquanto isso, várias crianças morrem de fome no vale do jequetinhonha.”
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Rio Com Vida, arte, cultura e política
Colaboração Carlos Daniel da Costa
A contagem regressiva para o Dia de Mobilização e Ação Global já começou. Eventos simultâneos acontecerão em diversas cidades e países do mundo, celebrando os ideais do Fórum Social Mundial 2008. No Rio de Janeiro, será realizado o Rio Com Vida, um grande evento político-cultural no Aterro do Flamengo, sábado, 26 de janeiro. Será a expressão do sentimento de mudança de nossa cidade e planeta sob a mensagem “por outro mundo possível”.
O Rio Com Vida trará dezenas de manifestações artísticas e político-culturais. O evento contará com show de Martinho da Vila e com a apresentação de artistas. Estarão presentes grupos teatrais, musicais e de dança, haverá projeção de filmes, grafite. Entidades da sociedade civil, movimentos sociais, cidadãos e cidadãs, intelectuais e ambientalistas estarão espalhados(as) por sete tendas e quatro palcos.
“Acho que o artista não é olhado como cidadão. As pessoas esquecem. O artista tem uma voz que pode ajudar muita gente. Essa voz pode fazer algo por alguém, lançar luz sobre um assunto que precisa ser debatido, discutido, e colocado em roda”, afirma Dirah Paes. A atriz estará presente no palco principal trazendo mensagens ao lado de outros(as) artistas. E acrescenta: “minha proposta é que os direitos dos cidadãos sejam cumpridos: direito à informação, direito à alfabetização, direito à saúde”.
Todas as atividades foram inscritas por diferentes organizações e movimentos por meio do site www.riocomvida.org.br e de dois eventos de mobilização realizados no Circo Voador no ano passado. Segundo Teresinha Pimenta, secretária executiva do Rio Com Vida, o número de inscrições superou a previsão inicial. “Estamos pensando em agrupar as organizações da sociedade civil por distribuição regional e temas. A idéia é que compartilhem o espaço”, diz.
O movimento que está crescendo em todo o estado do Rio de Janeiro e presente na maioria das tendas é a economia solidária. “A parte de alimentação do evento é toda da economia solidária. Quanto à Tenda das Idéias, existem entidades que têm a economia solidária como foco. Algumas apresentações de dança e teatro também estão envolvidas com a economia solidária”, explica Terezinha.
Conexão cidadã em tempo real
Outro ponto forte da mobilização carioca é a Tenda da Conexão, espaço criado para ser porta voz dos(as) excluídos(as), promovendo a cidadania e a inclusão social. De acordo com Bruno Cattoni, do Movimento Humanos Direitos e integrante da direção do Rio Com Vida, o espaço terá computadores distribuídos em seis ambientes e monitores conectados em tempo real com outros eventos mobilizadores espalhados pelo planeta.
Câmeras estarão captando imagens do evento que serão reproduzidas, por meio da Internet, para outros(as) participantes do FSM espalhados(as) pelo mundo. Além disso, quem visitar a tenda poderá se comunicar com os(as) participantes(as) dos demais eventos, trocando idéias e incentivando a reflexão. Orientadores(as) de informática e tradutores(as) de inglês, francês, espanhol, alemão, russo, japonês e chinês estarão a postos para auxiliar os(as) internautas. Um portal, com o domínio do Fórum Social Mundial, foi concebido para este fim.
Para Cândido Grzybowski, diretor-geral do Ibase, “a Internet é a mídia mais avançada em termos de comunicação e nos permitiu inventar um movimento diferente. Sem ela nunca teríamos criado a possibilidade do Fórum Social Mundial, pois ela já é uma rede internacional. No primeiro fórum não tinha material de divulgação. A convocatória aconteceu via Internet. Talvez não estejamos sendo capazes de usá-la da forma como o fórum exige, mas queremos melhorar a cada dia”.
A Tenda da Conexão Mundial também será o ponto de encontro para a imprensa. Televisões e rádios comunitárias transmitirão ao vivo seus conteúdos pela rede mundial para quem estiver conectado(a).
Publicado em 24/1/2008.
Fonte: Ibase
Entrevista: Geraldo Rocha
Colaborou: Carlos Daniel da Costa
Durante a XIII Bienal do Livro – Rio, o professor Geraldo Rocha, coordenador do projeto Camélia do Centro de Articulações de Populações Marginalizadas (Ceap), e o professor Ivanir dos Santos, secretário executivo da mesma instituição, lançaram o livro “Diversidade & ações afirmativas”. A publicação apresenta artigos e ensaios com diferentes pontos de vista de renomados(as) intelectuais sobre ações afirmativas. O professor Geraldo Rocha fala ao Ibase a respeito da publicação.
Ibase – Várias publicações têm sido produzidas sobre ações afirmativas. De que forma o livro lançado se diferencia de outros?
Geraldo Rocha – A diferença é o foco na visibilidade. Dar visibilidade a um conjunto de autores negros que trabalham com temáticas diferentes no campo das ações afirmativas. Quando juntamos oito autores, cada um abordando um aspecto diferente, buscamos o ponto de vista propositivo, não só ficar trabalhando conceituações, significados. Os artigos têm essa função.
Ibase – A publicação reúne artigos e ensaios de renomados(as) intelectuais. Qual foi o critério de seleção?
Geraldo Rocha – Havia aspectos que gostaríamos de qualificar, difundir para a sociedade brasileira. O processo de educação que queremos desenvolver no contexto da Lei 10.639/03; a questão da mulher negra; a questão da religião; o conhecimento da história como elemento fundamental; cotas, diversidade e como trabalhar a diversidade. Há também artigo com embasamento jurídico: como encontramos na área jurídica fundamentação para o desenvolvimento de ações já em andamento e das que virão?
Ibase – Cada artigo reforça o ponto de vista do outro ou são visões diferenciadas sobre o mesmo tema?
Geraldo Rocha – Na verdade, o livro como um todo é voltado para a valorização das ações afirmativas. Esse foi um pré-requisito. Nós queremos que a sociedade entenda a relevância das ações afirmativas.
Ibase – Quando falamos sobre ações afirmativas, costumamos pensar apenas nas cotas. Mas elas vão além disso...
Geraldo Rocha – Seriam necessárias ações afirmativas em todos os espaços onde vemos a comunidade negra ter a sua dignidade diminuída por processos sociais, econômicos e políticos.
Ibase – Por que, na sua opinião, a sociedade foca o debate nas cotas?
Geraldo Rocha – Porque foi algo que mexeu diretamente no status de um grupo da sociedade brasileira que está nas universidades. O saber do ensino superior é uma reserva de mercado e isso tem a ver com a prática da sociedade brasileira. A ação mexeu nesse foco e encontrou grande resistência.
Ibase – O debate sobre cotas causa manifestações acaloradas de ambos os lados...
Geraldo Rocha – De um lado, estão negros e pessoas de bom senso da sociedade brasileira, que constatam as evidências das desigualdades. A maioria da classe média não admite perder. Acho que esse é o sentido do acaloramento das manifestações. Cada vez mais, percebemos que é inaceitável e inadmissível que todos paguem impostos e só alguns usufruam dos benefícios. No caso, o ensino superior. É com o ensino superior que você se forma, as pessoas que vão coordenar o destino do país passam por essa instância. Parece que tem gente que acha que os negros não podem ter isso.
Ibase – O assessor da presidência do BNDES, Ricardo Henriques, foi convidado para o debate do livro, na Bienal do Livro. Qual a importância do BNDES participar do debate?
Geraldo Rocha – Temos uma relação com o professor Ricardo Henriques desde os tempos do MEC. Era ele quem estava na Secretaria de Educação Continuada de Alfabetização e Diversidade (Secad) e em todos os processos de formação dos professores. Ele tem sistematizado como as desigualdades se expressam na área da educação e agora está no BNDES. Acho que é um organismo que, um dia, poderá trabalhar conosco. Acho que podemos trabalhar com várias parcerias e não estamos descartando a possibilidade de contar com o apoio do BNDES para isso.
Ibase – Como leitores(as) poderão ter acesso ao livro e a outras publicações do Ceap?
Geraldo Rocha – O livro tem o patrocínio da Petrobras, não será comercializado. Após o debate, vamos fazer lançamentos em outros espaços. Também faremos com que a publicação chegue às mãos de formadores de opinião. Quem tiver interesse deve procurar o Ceap.
Além do Rio, iremos para São Paulo. Também haverá lançamento no Congresso Nacional. O Ceap também está entrando em contato com prefeituras municipais. Claro, a distribuição está sendo feita na medida do quantitativo que temos em mãos.
Publicado em 21/9/2007.
Fonte Ibase
Comunidades quilombolas caminham em defesa da consciência negra
Da redação
Colaboração: Carlos Daniel da Costa
Reconhecimento, valorização, educação e titulação de terras. Essas são algumas das lutas que as comunidades quilombolas levam para a Caminhada Noturna dos Zumbis Contemporâneos que será realizada em 24 de novembro de 2007, em comemoração à Semana da Consciência Negra (de 20 a 24 de novembro).
A passeata tem como objetivos homenagear o mais importante líder quilombola, Zumbi dos Palmares; dar visibilidade à luta do movimento negro organizado; partilhar momentos de resistência, solidariedade e vitórias dos movimentos participantes. Além disso, integrantes do movimento lutam pela titulação das terras quilombolas; reparações e cotas para a população negra; educação quilombola alternativa. Protestam ainda contra o assassinato da juventude negra e o reconhecimento e valorização dos(as) congueiros(as).
“O principal motivo da caminhada é a celebração a Zumbi, é a homenagem que fazemos a ele. É um dia de luta, de grito, de denúncia e também de comemorarmos alguns avanços. Algumas de nossas bandeiras são a luta da permanência dos quilombos e do resgate cultural. A maior parte do que sobreviveu da cultura negra ainda está nos quilombos”, explica um dos coordenadores da caminhada e membro da APN/ES (Agentes de Pastoral Negros do Espírito Santo), Laurenir Luciano.
O fato de ser uma caminhada noturna é, no mínimo curioso. Mas essa foi a forma que a população local encontrou de manifestar suas causas de maneira criativa. “A idéia surgiu porque realizamos algumas caminhadas diurnas e pensamos em fazê-la a noite para nos protegermos do sol. Também era interessante fazermos a caminhada no turno dos zumbis à meia-noite. Fomos na comunidade, falamos o que pretendíamos, e a população topou, mesmo que à noite seja mais perigoso”, lembra Laudenir.
A caminhada, que acontece desde 2003, sairá às 24 horas da Praça São João Batista, em Cariacica-ES, com destino à comunidade quilombola de Retiro, em Santa Leopoldina no mesmo estado. Um percurso de aproximadamente 25 km que conta muito da história dos(as) negros(as) do Brasil, desde a formação das comunidades quilombolas nessa região.
A organização do evento acredita que iniciativas como essa são fundamentais para aumentar a auto-estima da população afro-cariaciquense e capixaba, que conforme pesquisa Indago (2007), subiu de 5% para 17% nos últimos três anos.
O Ibase trabalha em duas comunidades quilombolas no Espírito Santo, que estão articuladas e participam dessa caminhada, Retiro e Araçatiba. O coordenador do Ibase, Itamar Silva, apóia a realização da caminhada para promover a articulação das comunidades do Norte e Sul do país.
“Acreditamos ser importante apoiar esse trabalho e dar visibilidade para o evento. A caminhada tem a perspectiva política de fortalecimento dos(as) quilombolas do Espírito Santo e esse é, também, um dos objetivos do nosso trabalho: articular as comunidades do Sul com as comunidades do Norte e com o movimento quilombola, que é forte no Espírito Santo e no norte do Rio de janeiro. Este ano, será lançada a proposta de realizar uma caminhada nacional, em 2008. Será uma articulação mais efetiva, dialogando com as comunidades de outras partes do Brasil”, diz Itamar.
Foi planejada uma programação que integre os(as) participantes durante os dias de percurso. Alguns exemplos são o Festival Quilombola de Futebol, Basquete da Igualdade Racial, shows de pagode, hip-hop, rodas de capoeira, celebração Tambor de Congo, oficinas de tranças e exposições realizadas nas comunidades a caminho da passeata.
As inscrições começam em novembro, mas quem quiser fazer uma pré-inscrição pode procurar o Complexo sócio-educacional Maná ( Cosem), a partir do dia 15 de setembro.
Cosem
Rua Ernane de Souza, 630 – bairro Divino Espírito Santo – Vila Velha/ES
Telefone:(27)3244-8407
cosem@bol.com.br
Publicado em 31/08/2007.
Fonte: Ibase
Cadeias produtivas da economia solidária a pleno vapor
O evento teve como foco o fortalecimento de iniciativas da sociedade civil para o fomento de políticas públicas. Haroldo Mendonça e Roberto Marinho contextualizaram as ações da Secretaria Nacional de Economia Solidária nesse campo e as integrações e políticas que estão sendo construídas.
Daniel Tygel, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária, apresentou um sistema que está sendo desenvolvido pelo FBES, que será lançado em março do ano que vem durante a IV Plenária Nacional de Economia Solidária. Esse sistema permite o encontro entre os empreendimentos em termos econômicos tornando-se um primeiro passo na construção de cadeias e redes produtivas solidárias. É também um espaço que fomenta o relacionamento e articulação entre empreendimentos e consumidores(as) e empreendimentos.
O sistema está sendo criado a partir das informações contidas no Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (Sies) que vem sendo desenvolvido desde 2003 e conta com informações sobre empreendimentos e entidades de apoio e fomento.
“A economia solidária não precisa de gestão pública, pode ser somente organizada pela sociedade civil”. Esse foi o argumento de Nelsa Nespolo, representante da Justa Trama (cadeia produtiva solidária do algodão agroecológico), para afirmar que a gestão deve acontecer a partir dos próprios empreendimentos ou a partir de suas próprias demandas, na gestão de todo o processo formativo.
Luigi Verardo, da Associação Nacional de Trabalhadores e Empresas de Autogestão, complementou que, para isso, “a economia solidária deve se opor ao materialismo absoluto”. Refletiu sobre os valores e princípios da economia solidária e como são fundamentais para o movimento continuar lutando pela transformação social, que vai além do resultado econômico imediato.
Paulo Palhano, da rede Abelha, que articula apicultores no Nordeste e, agora, expande essa atividade para outras regiões do país, trouxe as experiências da organização e mencionou algumas conquistas em relação às políticas públicas, como a entrada do mel na lista de produtos adquiridos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Há alguns anos, a Conab lançou um programa de compra direta do produtor, mas o mel não fazia parte dele. Então, questionamos e sugerimos que o mel entrasse na cadeia produtiva. O mel não fazia parte do cardápio escolar e, agora, está nas escolas no Brasil inteiro”, comemora.
Ele também ressaltou a necessidade de discussão sobre a forma de produção justa e sustentável unida a um processo de formação educativa para apicultura e de que o governo invista na área de crédito e de informação. “É preciso ter uma legislação específica para a apicultura por estado. No Rio Grande do Norte, há uma lei estadual que trata apenas da apicultura, ou seja, não apenas produzimos e fazemos trabalhos ecológicos, fazemos também trabalhos políticos, porque beneficia todas as pessoas”.
Ainda falando sobre o fortalecimento das redes, Fabíola Zerbini, do Instituto Faces, comentou que o monopólio dos supermercados dificulta a entrada dos produtos solidários. O consumo desequilibrado das pessoas torna o comércio desigual. Para ela, é preciso que produtores(as), comerciantes e consumidores(as) montem cadeias de consumo de confiança e mantenham a integridade da rede. “Para mudar a realidade, é preciso criar o Sistema Brasileiro de Comércio Justo e Solidário”, justifica. Além disso, citou a criação de selo de identificação dos produtos solidários e produtos com preço justo para o(a) produtor(a) e para o(a) consumidor(a).
O prefeito de Mesquita, Arthur Messias, mostrou-se disposto a ajudar no fomento da economia solidária, mas também pediu ajuda para que a cultura local do comércio mude. Mesquita montou um centro público, uma incubadora municipal e uma loja da ES, tudo gerenciado com grande participação dos empreendimentos solidários da cidade.
Mapeamento e experiências
As reflexões do segundo dia do evento se voltaram para o estado do Rio de Janeiro. Eugênia Motta e João Roberto, representantes do Ibase, apresentaram mapas apontando a situação dos principais produtos, insumos e cadeias existentes no estado, destacando o levantamento das principais informações do Sies que potencializam redes e cadeias solidárias e das que estão faltando e precisam ser incorporadas em novo mapeamento.
Um dos objetivos do mapeamento é subsidiar a formulação de políticas públicas para a economia solidária. Hoje, a maior demanda do movimento da economia solidária é a construção de redes e cadeias produtivas. “É importante que as políticas públicas para os empreendimentos tenham este horizonte, que aponte para a viabilidade econômica, autonomia e democratização das relações também fora do empreendimento”, aposta Eugênia Motta.
Carta de Mesquita
Este desafio está posto para o conjunto de práticas, muitas delas representadas no Seminário, que vêm sendo conduzidas por empreendimentos, organizações e gestores em todo o país. A constituição de fóruns estaduais, regionais e locais no âmbito do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) – que estará realizando sua IV Plenária
Nacional em princípio de 2008 –, a criação e esenvolvimento de organizações nacionais como a Unisol, Unicafes, Anteag, Rede de Gestores de Economia Solidária, a construção dos Sistemas Públicos de Informação de Economia Solidária, do Comércio Justo e Solidário, de Comercialização da Agricultura Familiar e Economia Solidária e da Segurança Alimentar apontam não apenas para a criação e o fortalecimento de empreendimentos solidários, mas também para a constituição de relações econômicas solidárias para fora do empreendimento, como garantia de sua própria
sustentabilidade.
Neste contexto, os presentes ao Seminário manifestam seu apoio a ações estruturantes voltadas à constituição de redes de cooperação entre empreendimentos de um mesmo segmento, bem como à promoção de uma dada cadeia produtiva em bases solidárias, desde o consumo até a produção, passando pela distribuição e comercialização. Tais ações devem estar
orientadas conforme prevêem as próprias bandeiras do FBES em favor de uma legislação adequada à realidade dos empreendimentos solidários, das finanças solidárias, da logística de distribuição, dos processos e meios decomercialização e da formação em economia solidária. Além do que, considera-se inadiável uma política de desconcentração e
descentralização de cadeias produtivas responsáveis pela produção de riquezas essenciais à vida e que hoje encontram-se concentradas nas mãos de algumas poucas corporações.
Mesquita, 26 de outubro de 2007.
Publicado em 1/11/2007.
Fonte: Ibase
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Curso em software Livre do Ibase a todo vapor
Da redação
Colaboração: Carlos Daniel da Costa
Nesta semana começaram as aulas da primeira turma do treinamento em software livre do Ibase. O grupo de sete pessoas de diversas instituições como, ONGs, escolas, sociedade civil, entre outras, participou das aulas de introdução ao Linux e BrOffice.org do projeto “Democratizando a informação”, ministradas pela equipe de Tecnologia da Informação (TI) da instituição.
Cerca de 90 pessoas tanto do Rio de Janeiro, quanto de outros estados do Brasil, entraram em contato. As pessoas selecionadas para participar do curso básico em SL foram divididas em turmas com aulas de quatro horas diárias, de segunda à quinta-feira.
O uso do software livre está em plena expansão no estado do Rio de Janeiro e o Ibase tem se destacado na utilização de soluções livres. Quando a instituição tomou a decisão de migrar os sistemas operacionais e aplicativos da organização em 2005, o movimento SL recebeu um reforço importante entre as organizações da sociedade civil. Esse sistema vem sendo cada vez mais utilizado como alternativa ao monopólio da informação sendo implementado pelo governo federal brasileiro, instituições e empresas.
A criação da sala de treinamento em SL, deve-se ao apoio da Fundação Ford, parceira do projeto Democratizando a Informação. Desde outubro, quando sua sala de treinamento foi inaugurada, a instituição se prepara para capacitar organizações da sociedade civil e comunitárias, para que possam migrar seus sistemas operacionais para Linux e programas de escritório para a suite BrOffice.org.
“Trabalho numa equipe de pesquisa. Tenho conhecimento a respeito das ferramentas, mas preciso aprofundá-lo. Conhecer como implementá-los de uma forma coerente e que não prejudique o trabalho. O curso me ajudou a fazer isso”, esclarece Thiago da Silva, estudante de Ciência da Computação, funcionário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A motivação dele para o curso foi a implementação de SL em seu trabalho.
Soluções legais
A equipe de TI do Ibase, recebeu muitas mensagens pedindo orientações sobre os programas. Entre elas, mensagens de algumas ONGs que querem migrar seus sistemas e seus softwares para o de código aberto. Alzira Visnesque, funcionária da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (ASPTA), participou do curso e tem interesse de passar seus conhecimentos para colegas de trabalho. “Quero levar isso para dentro da ONG. Vamos esbarrar na resistência das pessoas, afinal ainda há preconceito, acham que só quem domina é a Microsoft” afirma.
De acordo com Cássio Martorelli, responsável pela equipe de TI o uso do software livre também ajuda empresas, órgãos e instituições a utilizar o orçamento destinado a licenças de softwares para outros fins, como comprar máquinas mais potentes.
A proposta foi elogiada para quem veio adquirir novos conhecimentos. “Nós que lidamos com orçamento enxuto, precisamos procurar alternativas para diminuir os custos. Estou achando muito legal, trouxe uma estagiária, e depois vão vir outras colegas. A iniciativa, é maravilhosa”, complementa Alzira.
Os treinamentos, também são destinados a quem quiser melhorar o currículo. É o caso de Sérgio Nunes dos Santos Junior. Afastado da empresa onde trabalha por motivos de saúde, encontrou no curso de software livre uma oportunidade de melhorar o currículo. “Acho a iniciativa muito interessante. Meu contato com esse tipo de tecnologia era zero, mas sei que é melhor usar um software livre do que um pirata. Pretendo me especializar em SL daqui pra frente” diz.
Cássio, surpreendeu-se com os conhecimentos da turma. “O nível da turma era muito bom. Temos alunos e alunas que já trabalham com suporte a usuários. É exatamente o que fazemos no Ibase. Nossa programação era de curso básico. Subtende-se que a programação é de uma turma com nível baixo, mas o resultado foi outro, por isso mudamos até a programação. As expectativas foram superadas”, anima-se.
A próxima turma a receber o treinamento está marcada para dezembro. Os selecionados estão recebendo contato por e-mail e telefone com os horários e o dias das aulas. Quem tiver interesse em participar do curso, pode entrar em contato: softwarelivre@ibase.br
Publicado em 30/11/2007